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domingo, 3 de janeiro de 2021

Soneto do isolamento (2020)

Soneto resultante do meu processo de isolamento social vivido entre os dias 04 a 18 de dezembro de 2020, resultante de caso de SARS Cov2 na família, devido a pandemia do COVID-19.


Soneto do isolamento: só lamento

No primeiro dia você não tem a menor ideia de como será. Afinal, é só mais um dia.

No segundo dia você ainda está um pouco incrédulo, ignorando a maresia.

No terceiro dia você ainda tem a crença de que resistiria.

No quarto dia você mantém viva a crença de que suportaria.

Então você se cansa de nada ter feito.

Compreendes o quanto se trata de dias imperfeitos.

Deita e levanta, levanta e deita; ainda que sintas espinhos no leito.

Quando realmente bate a “bad”, você já não se lembra mais qual é o dia.

Nem em qual dia da semana estaria.

Ou se final de semana seria.

A quem importa? A você, o que importaria?

Você deita para dormir e não se cobre.

Fica à espera de que a inspiração seja nobre.

Mas nem isso, então, só me resta pedir desculpas pelas rimas pobre.


Estamos todos já em perfeitas condições de saúde (eu, minha esposa e meu filho). O soneto foi só para não passar em branco esse momento - ainda que tenha faltado inspiração.


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