Antes de nos atermos ao documentário, acompanhemos alguns recortes da Ficha Técnica da Unidade de Conservação do Parque Estadual do Guartelá...
Os primeiros relatos
sobre a região de Campos Gerais paranaenses encontram-se no diário de Auguste de SaintHilaire, datados de 1820. No início do século XIX, a região já se encontrava intensamente
modificada com plantações, pastagens e criações ' incrustadas entre os
campos naturais e os capões de araucária. Nesta época viviam na região escravos negros e
nativos da tribo Coroados, que ' utilizavam-se da fauna local como fonte alimentar
' (SAINT-HILAIRE, 1995).
A região do Tibagi era conhecida desde o século XVIII como Eldorado Paranaense,
face às descobertas de pedras preciosas e de ouro ' em incursões que foram
' efetuadas por Fernão Dias Paes Lemes, bandeirante paulista conhecido como
“caçador de esmeraldas”. Embora não tenha descoberto as pedras preciosas que almejava,
acabou criando no imaginário do povo ' a ideia de que havia muito ouro e pedras
preciosas a serem descobertas na região '.
Os registros históricos testemunham a presença de José Felix da Silva na região da
Serra de Furnas e, Antônio Machado Ribeiro, que resolve estabelecer-se junto à margem
esquerda do rio Tibagi, onde já havia alguns ranchos de mineiros, legalizando imediatamente
sua posse das terras ', tornando-se, a
partir de então, o primeiro proprietário de terras no local onde se encontra atualmente a cidade
de Tibagi.
A região do canyon do rio Iapó, atual Parque Estadual do Guartelá, muito antes ' dos colonizadores europeus, ' era ocupada por grupos indígenas das etnias Tupi Guarani e, posteriormente, por índios Kaingangs, que procuravam resistir à pressão antrópica dos bandeirantes paulistas, desbravadores e colonos oriundos das sesmarias estabelecidas nos Campos Gerais. Para SILVA (1999) ' os Kaingang constituíam-se de grupos nômades de caçadores e coletores, que ' percorriam os campos e vales da região em busca de alimento, ou ainda, através do antigo caminho Peabirú.
As terras do antigo território de Tibagi estiveram, até o século XVII, sob domínio dos
índios Kaingang, ocupando vastas áreas do Primeiro e Segundo planaltos paranaenses e vales
dos rios '. O território do Tibagi ficaria, então, à mercê
dos índios Kaingang ' nos Campos Gerais
até a chegada dos primeiros povoadores paulistas na época das sesmarias.
Geograficamente, o Estado do Paraná é caracterizado por uma grande diversidade de
microambientes, os quais se diferenciam pelos fatores climáticos, ' geomorfológicos e
altimétricos. A vegetação natural ' observada nos diferentes locais retrata '
a interação destes fatores ambientais, ' como um indicador
para os mesmos '.
Antigos moradores da região contam que “havia ouro na região”. Então diziam:
“Guardem lá”; ou “os jesuítas teriam escondido ouro e era comum, entre os tropeiros, falar:
Guarda-te-lá”. Poderia ser em função da existência das “guardas” no porto de São Bento, no
Rio Tibagi: “a guarda está lá, guarda tá lá, guarte-lá... Isso é simples especulação. Dada a
existência de algumas dificuldades em se caminhar em certos trechos, principalmente no
canyon ou próximo a ele, a região tem também o nome de “Amansa Louco”.
O Parque Estadual do Guartelá é abrangido pela bacia hidrográfica do rio Iapó sendo esta, integrante da bacia hidrográfica do rio Tibagi ... está localizado no 2º Planalto Paranaense, o qual limita-se a leste pela Escarpa Devoniana, em altitudes de 800 a 1200 m acima do nível do mar.
Em 1991, por iniciativa do poder público municipal, foi aberta uma estrada fazendo a ligação entre a PR-340 e o canyon, sem ' considerar e/ou dimensionar os possíveis impactos causados ao solo, já bastante afetado pela intensa visitação, intensificando os processos erosivos.
A situação fundiária do Parque Estadual do Guartelá não está definida. Há ainda, em
litígio fundiário, uma área do parque ... de propriedade
do Sr. Olímpio Mainardes, face à contestação apresentada contra o Estado, devido à não
concordância em relação aos termos indenizatórios estabelecidos. Em 1998, o (à época) IAP (atualmente IAT) decidiu
reiniciar o processo de negociação com os proprietários do entorno ... ocasião em que foi identificada nova área de interesse ' desmembrada da “Fazenda Mocambo”, de propriedade do Sr. Nazem Fadel,
identificando, igualmente, o interesse de outros proprietários do entorno na cessão de parcelas
de suas propriedades para ampliação da unidade de conservação.
O Parque tem este nome por situar-se no bairro Guartelá, no município de Tibagi.
Existem diferentes versões sobre a origem do nome '. Na mais aceitável, conta-se que
um morador ' de Tibagi, tendo conhecimento de um ataque de índios Kaingangues,
mandou prevenir seu vizinho e compadre, dando pormenores sobre as manobras ' e
terminando com a advertência: “Guarda-te lá, que eu aqui bem fico”. A região, onde morava o
vizinho e compadre, tomou o nome de Guartelá.
O canyon do Guartelá, mais adequadamente denominado “Canyon do rio Iapó”,
localiza-se na porção centro-leste do Estado do Paraná, num trecho aproximado de 30 km
entre os municípios de Castro e Tibagi. Em sua porção central insere-se o “Parque Estadual
do Guartelá”, ' inserido na APA - Área de Proteção
Ambiental da Escarpa Devoniana.
O Parque Estadual do Guartelá está localizado na micro-região ' de Telêmaco
Borba, no município de Tibagi, Bairro Guartelá ', a 18 km da sede, à margem
esquerda do rio Iapó, no Segundo Planalto Paranaense, região dos Campos Gerais, sul do
Brasil, coordenadas geográficas 24º 34’ Sul do Equador e 50º 14’ Oeste de Greenwich,
limitado com as propriedades de Olímpio Mainardes, Urbano Pupo Martins, Vicente Aleixo,
Bento Aleixo e com as RPPN’s de Nazem Fadel e Ivo Arnt.
O Parque Estadual do Guartelá foi oficialmente criado pelo Decreto Estadual nº 2.329,
de 24 de setembro de 1996...
O Parque Estadual do Guartelá está localizado no município de Tibagi, ' na
região dos Campos Gerais na porção centro-leste do Estado do Paraná ... na margem
esquerda do canyon do rio Iapó '.
O Parque fica ' nas imediações da PR-340, no trecho que liga as Cidades de
Castro e Tibagi '.
_Já estive várias vezes visitando o Parque Estadual do Guartelá, e visualizando o canyon do Rio Iapó. E é sempre um prazer visualizar o que a vista alcança da extensão do Parque do Guartelá, bem como visitar a exuberância do canyon Iapó. Dito isto, e feito os recortes históricos (acima) que achamos por bem importantes, vamos (abaixo) ao documentário que dá título a esta postagem:
Fonte do documentário:
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=M-epexqc4u0&t=535s. Acesso em 29 mar. 2023.
Fonte dos recortes históricos e indicação de leitura a quem interessar possa:
https://www.iat.pr.gov.br/sites/agua-terra/arquivos_restritos/files/documento/2020-07/pe_guartela_cap_iii_infosgerais.pdf. Acesso em 02 mar. 2023.
https://www.iat.pr.gov.br/sites/agua-terra/arquivos_restritos/files/documento/2020-07/pe_guartela_cap_iii_infosgerais.pdf. Acesso em 02 mar. 2023.
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