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domingo, 20 de junho de 2021

Educação para a Paz: Conceitual em JARES (2002)

 O Suporte Conceitual

Cap 07 - JARES (2002)

CONCEITO DE PAZ

A conceituação tradicional - ... Em um plano interpessoal, a expressão popular "deixe-me em paz" é muito comum e define a paz como tranquilidade. Levado ao extremo, esse conceito de paz poderia significar simplesmente a não-associação, uma condição de tranquilidade pelo fato de que não há interação e, portanto, não há possibilidade de conflitos (Lederach, 1984, p. 16).

        Podemos sintetizar as características fundamentais desse conceito tradicional de paz como segue:

1.                 A paz é essencialmente um conceito negativo, ao ser definido como ausência de conflito bélico ou como estado de não-guerra. “Por isso, é um conceito muito limitado, que foi definido cada vez mais em função do fenômeno da guerra e do fato bélico até o extremo, de que, fora de seu contraste com a guerra, a paz carece de conteúdo palpável" (Lederach, 1984, p. 21);

2.                 A paz é concebida em função de dois fenômenos:

- A manutenção da unidade e da ordem interior, situação que favorece os interesses dominantes;

- Defesa em face do exterior: si vis pacem para bellum. Em ambas as circunstâncias, a capacidade de atuação em relação à paz é reservada ao Estado.

(...)

A concepção positiva - ... “Usar o fenômeno transitório conhecido como Estado-nação como único critério para definir uma disciplina de pesquisa é, ao mesmo tempo, etnocêntrica e estrategicamente míope" (Galtung, 1964, p. 2). Por ‘ tese, a concepção de paz repousa em suas idéias essenciais:

- Em primeiro lugar, a paz ‘ não é o contrário de guerra, mas sim de sua antítese, que é a violência, dado que a guerra é ‘ um tipo de violência, ‘ não o único;

- Em segundo lugar, a violência não é unicamente a que se exerce mediante a agressão física direta ou por meio de ‘ artifícios bélicos ‘, mas é preciso levar com conta ‘ outras 124 formas de violência menos visíveis, mais difíceis de reconhecer, mas também mais perversas no sentido de produzir sofrimento humano.

... Galtung propõe ‘ um enfoque positivo à compreensão da violência, ainda que paradoxalmente o apresente em negativo, "a ideia da violência como algo evitável que impede a auto-realização humana (Galtung, 1981a, p. 96). Por auto-realização humana entende-se a satisfação das necessidades básicas, materiais e não-materiais" (Galtung, 198la, p. 97). Dessa forma: chega-se a estabelecer os quatro tipos de violência quando as necessidades básicas não são satisfeitas:

- A violência clássica, da guerra ao homicídio;

- A pobreza e, em geral, as privações no campo das necessidades materiais;

A repressão e a privação dos direitos humanos;

- A alienação e a negação das necessidades "superiores''.

. . . em anos posteriores, Galtung introduzirá em seu pensamento ‘ a violência cultural, com o que define a violência com os três vértices de um triângulo que são: a violência direta, a violência estrutural e a violência cultural ... e assinala ‘ que "a paz deve construir-se na cultura e na estrutura, não apenas na 'mente humana', pois o triângulo da violência tem círculos viciosos integrados" (Galtung, 1998, p. 16). Um exemplo importante ‘ da violência cultural encontra-se na masculinização da violência: "mais de 90% da violência direta em todo o mundo é praticada por homens‘" (Galtung, 1998, p. 74).

Paz-desenvolvimento-direitos humanos-democracia - ... a concepção positiva de paz leva-nos a relacioná-la com o conceito de justiça social e de desenvolvimento, ‘ também com os conceitos de direitos humanos e democracia. Essas conexões são colocadas não apenas nas propostas da PP (Pesquisa para a Paz grifo nosso), como também a Carta das Nações Unidas reconhece que a paz e a estabilidade entre as nações estão vinculadas ao reconhecimento e ao respeito aos direitos humanos, estabelecendo um vínculo entre os direitos humanos e o desenvolvimento econômico e social. Por outro lado, direitos humanos e democracia são dois conceitos que se requerem mutuamente. 


        Deste ponto em diante, o Autor segue seu trabalho,  relatando sobre "Conflitos, Pedagogia e Educação Para a Paz em si". Como inicialmente proposto.
        Quem interessar-se pela leitura da obra em sua íntegra, pode adquiri-la acessando o link abaixo:


        De nossa parte, interessou conhecer/compreender a conceituação de PAZ junto ao Estado "Moderno". Entender que muitas das violências que vivemos (para não dizer a maioria absoluta), originam-se e são multiplicadas através de certa "reação em cadeia", desencadeadas pelas figuras atuais do Estado. Em via de regra, para poder manter certos privilégios de certas "elites" - tanto nos Estados dominantes quanto dos dominados através da colonialidade.
        E assim, cria-se um estado de violência, nos tirando a paz, e que, em via de regra, não se trata em sua essência. O que muito possivelmente só poderia ser efetivamente realizado através de uma prática global de paz, semeando e cultivando uma cultura de paz.

Estudo da obra de JARES (2002) realizado no âmbito da Disciplina "Direitos Humanos e Cultura de Paz na Perspectiva das Epistemologias do Sul", na condição de aluno Especial do PPGCSA (Programa de Pós Graduação em Ciências Sociais Aplicadas), Mestrado em Ciências Sociais Aplicadas da UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa) - turma 2021. Sob a coordenação e orientação do professor Dr. Nei Alberto Salles Filho.


Origem da imagem:

Falta de segurança na comunidade "TB" era queixa recorrente em 2016:
http://amartb.blogspot.com/2016/06/inseguranca-made-in-tb.html



Um comentário:

  1. Participação do professor da disciplina (Dr. Nei) em live falando sobre a Educação para a Paz:
    https://www.instagram.com/tv/CPmSsFTJ1yK/?utm_medium=copy_link

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Agradeço as eventuais colaborações!