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terça-feira, 12 de agosto de 2014

Cuidado com as "papas" na língua...

         NA PONTA DA LÍNGUA
Cheia de graça é a nossa língua, portuguesa.
Você nem precisa aprender o á-bê-cê para rir com ela.
Desde pequeno já houve dizer que mentira tem pernas curtas.
E mentira tem pernas?
E a verdade? A verdade tem pernas longas?
E quando dói a barriga da perna?
Ou quando ficamos de orelha em pé?
O que barriga tem haver com a perna, e orelha com o pé?
Pra ser divertido, não leve nada ao pé da letra!
Até porque letra não tem pé. Ou tem?
Pé de meia é o dinheiro que a gente economiza.
Pé de moleque. Doce de amendoim.
Dedo de prosa é papo rápido.
Dedo-duro é traidor.
Pão-duro, pessoa egoísta.
E boca da noite? E céu da boca?
É uma brincadeira atrás da outra!
Cabeça de cebola, dente de alho, braço de mar.
Com a nossa língua, a gente pode pegar a vida pela mão.
Pode abrir o coração. Pode fechar a tristeza.
A gente pode morrer de medo e, ao mesmo tempo,
estar vivinho da silva.
Pode fazer coisas sem pé nem cabeça.
Mas brincar com palavras também é coisa séria.
Basta errar o tom e você vai parar no olho do furacão.
Então, divirta-se. Cuidado só para não morder a língua
portuguesa.
João Anzanello Carrascoza, redator de propaganda
e professor da Escola de Comunicações e Artes da
Universidade de São Paulo.
Fonte: Boletim Informativo do Sistema FAEP
(Federação da Agricultura do Estado do Paraná)
Ano XXVII, no 1240 – 04/11 a 10/11/2013.
Versão digital disponível em:




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