Sobre a
necessidade de distinção entre um sindicalista petista x um petista
sindicalista.
Prezado colega,
Até o ano de 2002,
saber se alguém que atuava no meio sindical era sindicalista-petista ou
petista-sindicalista era irrelevante. Era até mesmo contraproducente, um mero
“chover-no-molhado”. Aprofundar-se em uma análise para descobrir a natureza
daquele agente político beirava a insanidade. Tal tarefa era desnecessária
porque eles – partido e sindicatos – buscavam os mesmos objetivos: enfrentar agendas
políticas cujas metas eram a expansão, concentração e centralização do Capital.
Contra isso trabalhavam, praticamente fundidos, o partido e os sindicatos.
As coisas, todavia, modificaram-se. Estão
modificadas porque o Partido dos Trabalhadores mudou de lugar; agora ele é
governo. E por ter mudado de lugar, ele também “mudou-se”. No PT, as pretensões
alquimistas de Newton se realizaram, mas de modo invertido. Newton pretendia,
com sua alquimia, transformar metais vis em ouro; no Partido dos Trabalhadores,
o processo alquímico fugiu ao controle do cientista – o povo brasileiro – e
acabou por transformar OURO em VIL METAL.
Hoje, PT significa menos Partido dos
Trabalhadores e, na ausência de definição adequada, para expressar seu atual
significado, utilizar-me-ei de um chavão conhecido de todos: o PT, hoje,
assemelha-se à expressão “PT, saudações”. O PT, hoje, ouso dizer, é um
constrangimento social. Constrange os movimentos sociais, inibindo a luta para
o atendimento de suas demandas e constrange-os, no sentido de envergonhá-los, a
todos, com sua postura no governo. Todos os agentes sociais, em seu íntimo,
já que não o podem expressar
publicamente, sentem-se descontentes com sua atuação pró-capital.
Retomando o tema deste texto, hoje se
estabelece como assunto de nível científico compreender se um agente social
sindicalista é um sindicalista-petista ou um petista-sindicalista. Da
compreensão de sua natureza, advirá uma nova agenda de luta: os
sindicalistas-petistas empenhar-se-ão por trazer o PT-governo para sua antiga
agenda social, socialista; os petistas-sindicalistas buscarão utilizar-se dessa
posição para efetivar a agenda que antes mencionei, a agenda do constrangimento
social. Procurarão por todos os meios, conter a expressão das demandas sociais
e populares, para viabilizar a leitura de que o governo petista é um governo da
pacificação social.
Não nos esqueçamos,
porém, de que essa ausência de conflitos tem sido alcançada, como eu disse,
pelo constrangimento e, por que não dizer, pela opressão social e popular.
No Blog: Por o que você luta, afinal?
Acessado em 18/05/2012.
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