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terça-feira, 11 de outubro de 2022

As táticas de Goebbles

A PROPAGANDA como GRANDE Tática de ascensão do NAZISMO


Todos os princípios da tática desenhada por GOEBBELS utilizavam de propaganda para se infiltrar no imaginário do povo alemão - sem que este percebesse e se desse conta da real intenção por trás daquela “propaganda”.

Segundo RODRIGUES (2004):

A palavra propaganda apareceu pela primeira vez em 1622, quando o papa Gregório XV convocou uma comissão de cardeais – a Congregatio Propaganda Fiade – para difundir a palavra cristã em missões estrangeiras. Durante 300 anos despertou interesse de muita gente ... mas foi só em 1925, a partir do primeiro encontro entre Adolf Hitler e Joseph Goebbels, que os estudos sobre a capacidade de manipular as massas, na teoria e na prática, começaram a se desenvolver cientificamente. As práticas mais modernas do marketing, baseadas em pesquisas nas emoções humanas mais do que na razão, têm seu berço no nazismo (grifo nosso).


Propaganda – da teoria à prática: uma análise da propaganda nazi

Em conformidade com a Dissertação de PAIS (2012)...

Ø  O primeiro princípio defende a ideia de que o propagandista deve sempre ter acesso a toda a informação secreta (...) documentos esses desenvolvidos, então, para fornecer ao propagandista toda a informação necessária para construir a propaganda da maneira mais eficaz possível...;

Ø  O segundo princípio retirado dos manuscritos nazis. É um princípio que vai ao encontro do ideal nazi da autoridade central [a propaganda deve também ser planeada e executada por apenas uma autoridade] ... Os manuscritos afirmam que Hitler concordou com esta visão de Goebbels, no entanto, este nível de uniformização não chegou a ser alcançado;

Ø  O terceiro princípio retirado do manuscrito, diz ' que as consequências de uma ação de propaganda devem ser consideradas no planeamento da própria ação (...) Segundo Goebbels, os resultados devem ser sabidos de antemão porque “é mais importante para um propagandista ajudar a planear um evento do que racionalizar um que já tenha ocorrido”;

Ø  O quarto princípio apresenta a ideia de que a propaganda deve afetar as políticas e as ações do inimigo. Goebbels considerava que a propaganda era um “braço da guerra” e, por isso, para além de prejudicar a moral do inimigo, a propaganda, deveria ainda afetar a política e as ações dos inimigos...;

Ø  O quinto princípio ' afirma que as informações operacionais devem estar disponíveis para implementar uma campanha propagandística (...) Goebbels, para demonstrar a amizade existente entre a Alemanha e a Finlândia, convida um grupo de crianças finlandesas a passar férias na Alemanha;

Ø  O sexto princípio ' teoriza que, para ser percebida, a propaganda deve evocar os interesses da audiência e deve ser transmitida através dos meios de comunicação (...) Dizia Goebbels: “é muito trabalhoso criar os noticiários semanais e torná-los armas eficazes de propaganda (...) mas é um trabalho que vale a pena: milhões de pessoas constroem a sua percepção ... a partir dos noticiários”;

Ø  O (sétimo) princípio ' tem por base a verdade ou a mentira. Diz este ' princípio que é a credibilidade que vai determinar se a propaganda se deve cingir à verdade ou se deve mentir...;

Ø  O oitavo princípio da propaganda nazi teorizado por Goebbels ' debate o objetivo, o conteúdo e a eficácia da propaganda inimiga, a força e os efeitos de uma exposição e a natureza das campanhas propagandísticas atuais que irão determinar se a propaganda inimiga deve ser ignorada ou se, pelo contrário, merece uma refutação...;

Ø  O nono princípio ' foi desenvolvido a pensar na credibilidade, uma vez mais, mas também na inteligência e nos possíveis efeitos da comunicação que determinam se os materiais propagandísticos devem ou não ser ignorados. Goebbels, enquanto responsável máximo pela propaganda num regime totalitário, recorria à censura...;

Ø  O décimo princípio pelo qual a propaganda nazi se regia teoriza que a propaganda inimiga pode ser usada quando, com ela, se consegue enfraquecer o prestígio do inimigo...;

Ø  O décimo primeiro princípio presente nos manuscritos estudados ' refere que a propaganda “White” pode ser substituída pela propaganda “Black”, quando a primeira se tornar menos credível ou produzir efeitos indesejáveis (neste ponto, principalmente e mais que em outros, recomenda-se a leitura do original - link ao final)...;

Ø  O décimo segundo princípio ' afirmava que a propaganda saía favorecida quando os líderes tinham prestígio. A ideologia nazi sempre salientou a importância da liderança... Goebbels esperava que os alemães se sentissem submissos a ... um líder prestigiado. E não se enganou. Sempre que os discursos de Hitler eram utilizados em propaganda, os resultados eram sempre superiores aos da propaganda onde não tinham sido usados. E ' em alturas de crise ' os alemães recebiam a mensagem propagandística com muito mais entusiasmo. Por esse motivo, ' um líder só serve a propaganda quando tem prestígio. De outra forma, é completamente dispensável;

Ø  O décimo terceiro princípio reporta para o timing da propaganda. Segundo Goebbels, a propaganda deve ser cuidadosamente cronometrada (...) o propagandista devia agir de maneira que a propaganda que este construiu chegue à audiência antes da propaganda adversária. Para apoiar esta afirmação, serve-se ' de mais uma afirmação atribuída a Goebbels, retirada dos manuscritos: “Quem disser a primeira palavra tem sempre razão”;

Ø  O décimo quarto ' princípio 'd'a propaganda dever distinguir os eventos e as pessoas através de frases ou “slogans”. ' Goebbels valorizava muito as frases chamativas e os slogans. O Ministro ' nazi sumarizava a propaganda em pequenas frases chave, (...) Admitia Goebbels que a experiência obtida num evento era mais eficaz que a sua descrição verbal, ' afirmava que as palavras tinham um grande efeito no público (...) Os slogans deveriam ' ser elaborados de forma a ser facilmente aprendidos. Aqui, Goebbels põe em prática a “Lei da Simplificação”;

Ø  O décimo quinto princípio aborda a questão das falsas esperanças. Segundo este princípio da propaganda de Goebbels, a propaganda destinada à população civil deveria evitar causar falsas esperanças que pudessem vir a ser abaladas por acontecimentos futuros (aqui, talvez, o único princípio desconsiderado pelos nazifascistas atuais)...;

Ø  O décimo sexto princípio é 'a ansiedade... a propaganda deveria reforçar a ansiedade relacionada com as consequências de uma derrota...;

Ø  O décimo sétimo princípio da propaganda nazi, ' destinada à população civil deve contribuir para a diminuição da frustração, e esta questão está, de novo, relacionada com o tema das falsas esperanças...;

Ø  O penúltimo princípio (18o) aborda o ódio e, ' o facto de a propaganda ter por função direcioná-lo... A ideia de Goebbels ' era fomentar a suspeita, a desconfiança e o ódio entre os inimigos e entre pequenos grupos minoritários '. Assumia que a base para a hostilidade ' já existia por razões históricas ou como consequência de frustrações '. A sua função era, então, direcionar a agressão para os campos que melhor servissem a causa nazi;

Ø  O último princípio (19o) ... atribuído a Joseph Goebbels, afirma que a propaganda não pode afetar diretamente as tendências, os comportamentos, deve sim, fornecer novas formas de atuação ou diversão, ou ambas... faz referência à distinção que Goebbels fazia entre duas palavras de língua alemã, “Haltung”, que significa conduta, comportamento observável, e “Stimmung” que, por sua vez, significa espírito, sentimento ou disposição. O objetivo de Goebbels seria, então, o de incutir no povo alemão estes dois compostos da moral, da forma mais favorável possível...


Para uma análise e melhor compreensão/percepção da realidade que nos cerca/ameaça, melhor que isso, creio que só as fake news poderiam obter melhor resultado, mas, meus princípios éticos e morais não me permitem fazer uso da mentira - mentira é coisa do "inimigo"!


ABDAL, A. Propaganda – da teoria à prática: uma análise da propaganda nazi. Tese (Doutorado em Sociologia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo. São Paulo, p. 261. 2015.


REFERÊNCIAS

RODRIGUES, Cláudia. Técnicas de Goebbels expostas às claras. Observatório da Imprensa. São Paulo, 14 de dezembro de 2004. Observatório da Propaganda.
 Disponível em: https://www.observatoriodaimprensa.com.br/observatorio-da-propaganda/tecnicas-de-goebbels-expostas-as-claras/. Acessado em 11 out. 2022

PAIS, S, S. Propaganda - da teoria à prática: uma análise da propaganda nazi. Dissertação (Mestrado em Ciência Política) - Ciências Sociais e Humanas, Universidade da Beira Interior. Covilhã / Portugal (p. 67 a 76) - 2012. Disponível em: https://ubibliorum.ubi.pt/bitstream/10400.6/2796/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20de%20Mestrado%20-%20Sandra%20Pais.pdf. Acessado em 11 out. 2022.

 

 


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