Epistemologias do Sul (global) – RACISMO ESTRUTURAL em (GOSS & SALLES Fo, 2020)
Após a discussão sobre as epistemologias
do Sul e sua constituição a partir do colonialismo e de como a violência foi
utilizada nesse período, trataremos do conceito de racismo estrutural... (grifo nosso).
O conceito de raça, segundo Almeida (2019)
está fortemente vinculado a ideia de classificação, inicialmente pensada em
partes biológicas, plantas, animais e seres humanos.
... Para Quijano (2005),
'a diferenciação dos indivíduos se deu entre os colonizadores e colonizados de
forma a diferenciar os grupos...
... para ' Almeida (2019),
o significado de raça está ' vinculado com as circunstâncias históricas de cada
época... a relação da cor com a segregação racial ocorreu severamente aos
grupos colonizados e explorados, especialmente aqueles que ficaram '
classificados como escravos...
... Houve, portanto, uma divisão racial do
trabalho...
Assim, Assim, conceitua-se racismo como:
[...] uma forma
sistemática de discriminação que tem a raça como fundamento, e que se manifesta
por meio de práticas conscientes ou inconscientes que culminam em desvantagens
ou privilégios para indivíduos, a depender do grupo racial ao qual pertençam. (ALMEIDA, 2019, p.
32)
Já o preconceito racial é
conceituado por Almeida (2019, p. 32) como “juízo baseados em estereótipos acerca
de indivíduos que pertençam a um determinado grupo racionalizado, e que pode ou
não resultar em práticas discriminatórias”
(...)
... discriminação indireta se dá quando
grupos minoritários (negros, imigrantes, LGBTs, mulheres, pobres, entre outros)
se tornam invisíveis.
... segundo Almeida (2019),
o racismo possui três concepções são elas Individuais, Institucionais e
Estruturais. Sobre o racismo individual temos:
... é concebido
como uma espécie de “patologia” ou anormalidade. Seria um fenômeno ético ou
psicológico de caráter individual ou coletivo, atribuído a grupos isolados; ou
ainda, seria o racismo uma “irracionalidade” a ser combatida no campo jurídico
por meio de aplicações de sansões civis [...]” (ALMEIDA, 2019, p. 36).
Em seguida temos o racismo institucional
que se caracteriza por atuar de forma mais disfarçada ' mantendo a exclusão e a
classificação como fatores persistentes em seus sistemas...
... Para Almeida (2019,
p 30)
“as instituições são
hegemônicas por determinados grupos raciais que utilizam mecanismos
institucionais para impor seus interesses políticos e económicos
[...]”.
... A terceira forma de racismo é o
racismo estrutural, que engloba de forma enraizada toda a sociedade e está infiltrada
em todos os meios de comunicação, instituições públicas e privadas e até mesmo
nas famílias. Para Almeida (2019) o racismo se
torna normal pela própria estrutura social, desprendendo-se em um processo
político e ' histórico
(...)
O racismo no Brasil sempre esteve
presencialmente muito fortemente impregnado na comunidade. Apenas, algumas de
suas formas mantinham-se veladas (opinião nossa).
... em relação às mulheres negras, um
provérbio que define o preconceito e que até hoje costuma reproduzir-se no
corpo social é: “As
brancas são para casar, as negras para trabalhar e as mulatas para fornicar”.
(SCHWARCZ,
2019, p.193).
Os autores do trabalho (link ao final) apresentam várias “configurações” desse racismo estrutural no Brasil (opinião nossa).
Até chegar a formular a seguinte
“proposta”:
Cultura
de Paz como alternativa ao autoritarismo e o racismo brasileiro
Como justificativa para a cultura de paz os autores trazem números da violência no Brasil – violência essa, contra a população periférica/marginalizada e de pele escura (opinião nossa).
[ ... ]
Portanto, uma educação ' pelos princípios
da cultura da paz não é ingênua '. Ao contrário, vai buscar a reflexão na
história e nos processos de violência da humanidade para então reconstruir
trajetórias a partir dos problemas e contextos atuais...
... O campo educacional será fundamental
para o desenvolvimento destas propostas de superação.
De nossa parte interessou analisar/reflexionar o racismo estrutural como prática resultante da Epistemologia do Norte Global. Entendendo que trata-se de uma violência que (sordidamente) anda se vive nesta contemporaneidade "tupiniquim". Sempre visando manter certos privilégios de nossas "elites branquelas".
Elaborado pelo Autor deste |
Postagem anterior tratando primeira parte do mesmo trabalho: http://amartb.blogspot.com/2021/06/epistemologias-do-sul-combate-sociedade.html
https://revistas.unila.edu.br/sures/article/view/2229/1988
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