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sábado, 26 de junho de 2021

Epistemologias do Sul - RACISMO ESTRUTURAL

Epistemologias do Sul (global) – RACISMO ESTRUTURAL em (GOSS & SALLES Fo, 2020)

Após a discussão sobre as epistemologias do Sul e sua constituição a partir do colonialismo e de como a violência foi utilizada nesse período, trataremos do conceito de racismo estrutural... (grifo nosso).

O conceito de raça, segundo Almeida (2019) está fortemente vinculado a ideia de classificação, inicialmente pensada em partes biológicas, plantas, animais e seres humanos.

... Para Quijano (2005), 'a diferenciação dos indivíduos se deu entre os colonizadores e colonizados de forma a diferenciar os grupos...

... para ' Almeida (2019), o significado de raça está ' vinculado com as circunstâncias históricas de cada época... a relação da cor com a segregação racial ocorreu severamente aos grupos colonizados e explorados, especialmente aqueles que ficaram ' classificados como escravos...

... Houve, portanto, uma divisão racial do trabalho...

Assim, Assim, conceitua-se racismo como:

[...] uma forma sistemática de discriminação que tem a raça como fundamento, e que se manifesta por meio de práticas conscientes ou inconscientes que culminam em desvantagens ou privilégios para indivíduos, a depender do grupo racial ao qual pertençam. (ALMEIDA, 2019, p. 32(grifo nosso).

Já o preconceito racial é conceituado por Almeida (2019, p. 32) como “juízo baseados em estereótipos acerca de indivíduos que pertençam a um determinado grupo racionalizado, e que pode ou não resultar em práticas discriminatórias” (grifo nosso).

(...)

... discriminação indireta se dá quando grupos minoritários (negros, imigrantes, LGBTs, mulheres, pobres, entre outros) se tornam invisíveis.

... segundo Almeida (2019), o racismo possui três concepções são elas Individuais, Institucionais e Estruturais. Sobre o racismo individual temos:

... é concebido como uma espécie de “patologia” ou anormalidade. Seria um fenômeno ético ou psicológico de caráter individual ou coletivo, atribuído a grupos isolados; ou ainda, seria o racismo uma “irracionalidade” a ser combatida no campo jurídico por meio de aplicações de sansões civis [...]” (ALMEIDA, 2019, p. 36).

Em seguida temos o racismo institucional que se caracteriza por atuar de forma mais disfarçada ' mantendo a exclusão e a classificação como fatores persistentes em seus sistemas...

... Para Almeida (2019, p 30) “as instituições são hegemônicas por determinados grupos raciais que utilizam mecanismos institucionais para impor seus interesses políticos e económicos [...]”.

... A terceira forma de racismo é o racismo estrutural, que engloba de forma enraizada toda a sociedade e está infiltrada em todos os meios de comunicação, instituições públicas e privadas e até mesmo nas famílias. Para Almeida (2019) o racismo se torna normal pela própria estrutura social, desprendendo-se em um processo político e ' histórico (grifo nosso).

(...)

O racismo no Brasil sempre esteve presencialmente muito fortemente impregnado na comunidade. Apenas, algumas de suas formas mantinham-se veladas (opinião nossa).

... em relação às mulheres negras, um provérbio que define o preconceito e que até hoje costuma reproduzir-se no corpo social é: “As brancas são para casar, as negras para trabalhar e as mulatas para fornicar”. (SCHWARCZ, 2019, p.193).

Os autores do trabalho (link ao final) apresentam várias “configurações” desse racismo estrutural no Brasil (opinião nossa).

Até chegar a formular a seguinte “proposta”:

Cultura de Paz como alternativa ao autoritarismo e o racismo brasileiro

Como justificativa para a cultura de paz os autores trazem números da violência no Brasil – violência essa, contra a população periférica/marginalizada e de pele escura (opinião nossa).

[ ... ]

Portanto, uma educação ' pelos princípios da cultura da paz não é ingênua '. Ao contrário, vai buscar a reflexão na história e nos processos de violência da humanidade para então reconstruir trajetórias a partir dos problemas e contextos atuais...

... O campo educacional será fundamental para o desenvolvimento destas propostas de superação.


De nossa parte interessou analisar/reflexionar o racismo estrutural como prática resultante da Epistemologia do Norte Global. Entendendo que trata-se de uma violência que (sordidamente) anda se vive nesta contemporaneidade "tupiniquim". Sempre visando manter certos privilégios de nossas "elites branquelas".

        Retomo Paulo Freire: Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor”!
            E assim, vai se perpetuando neste sul global esse nefasto câncer social (do racismo), muitíssimo carente de uma cultura de paz - pela qual devemos "lutar" persistentemente a partir da escola... Talvez e principalmente a partir da escola pública.

Estudo de trabalho de GOSS & SALLES Filho (2020) realizado no âmbito da Disciplina "Direitos Humanos e Cultura de Paz na Perspectiva das Epistemologias do Sul", na condição de aluno Especial do PPGCSA (Programa de Pós Graduação em Ciências Sociais Aplicadas), Mestrado em Ciências Sociais Aplicadas da UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa) - turma 2021. Sob a coordenação e orientação do professor Dr. Nei Alberto Salles Filho.


Elaborado pelo Autor deste


Postagem anterior tratando primeira parte do mesmo trabalho: http://amartb.blogspot.com/2021/06/epistemologias-do-sul-combate-sociedade.html


Quem interessar-se pela leitura do mesmo na íntegra, pode acessa-lo junto ao link abaixo:
https://revistas.unila.edu.br/sures/article/view/2229/1988



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