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25 de Abril sempre, fascismo nunca mais!
Os Cravos
Um deles pediu a ela um cigarro. Celeste disse que não tinha, mas que podia lhe dar flores. E foi assim que Celeste foi aos poucos espalhando cravos pela cidade, colocando no canos dos fuzis (espingardas) um cravo de resistência e poesia. Daí a alcunha de “Revolução dos Cravos” para a Revolução Portuguesa.
Tal feito passou para a história como uma “revolução sem sangue”, uma vez que ninguém precisou disparar tiros. A “romantização” do ato fez muita gente esquecer que a revolução começou no mundo colonial, com a luta dos povos de Angola, Guiné, Moçambique e Cabo Verde contra a sanguinária Ditadura de quase 50 anos de António de Oliveira Salazar e sua tenebrosa polícia política, a PIDE.
Consta ainda que Celeste (dos cravos) perdeu todos os seus pertences num incêndio no seu apartamento no Chiado, em 1999. Dizem que Celeste — ainda viva — mora numa pequena casa a poucos metros da Avenida da Liberdade, com uma pensão de 370 euros por mês.
*Professor e historiador. Mestre e Doutor pela USP. Professor de História Contemporânea e Curador Acadêmico no Instituto Conhecimento Liberta (ICL). É apresentador do “Provocação Histórica”, programa semanal de divulgação científica de História e historiografia nos canais do ICL.
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