Páginas

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Faroeste Caboclo made in "TB"


             “Faroeste Caboclo à la Texas Borba
Eu tinha medo do tal João de Santo Cristo,
Pelo que todos diziam quando ele se perdeu,
Deixou pra trás todo o marasmo da fazenda Monte Alegre,
Só pra sentir no sangue o ódio que Jesus lhe deu;
Quando criança só brincava de mocinho e “bandido”,
E no papel de bandido ele nunca morreu,
Era o terror do vilarejo onde morava,
Foi pra escola mas nada de bom aprendeu;
Ia na “cruz do mudinho” roubar o dinheiro,
Que as velhinhas colocavam na capelinha de lá,
Sentia mesmo que era um tanto diferente,
Que aquilo ali não era o seu lugar;
Ele queria viajar e poder ver o mar,
E tantas coisas que via na televisão,
Juntou dinheiro para poder sair de lá,
Por conta própria escolheu a solidão;
Papava todas as menininhas da cidade,
De tanto brincar de médico, aos doze era "profissa",
Aos quinze, foi mandado para um internato,
Foi quando se revoltou contra a “justiça”;
Não entendia porque era perseguido,
Por causa da sua classe, cor, etc. e tal,
Ficou indignado e sem achar uma resposta,
Comprou uma passagem, foi direto a Capital.
( ... )
"Meu Deus, mas que cidade mais bela”,
No Ano-Novo eu vou arrumar um trampo,
Entregado de pizza ou segurança de banco,
Ganhar uns trocados para gastar na cidadela;
Final de semana nas boates da cidade,
Gastava todo seu dinheiro de rapaz trabalhador,
E conhecia quase toda a burguesia,
Gente fina, irmandade e até professor;
Um “indiano” que ia e vinha da Bolívia,
E muita “coisa boa” ele trazia de lá,
De nome Pablo ele dizia que o “negócio” era bom,
Que uma boa grana dava pra levantar;
E o Santo Cristo suava em seu trabalho,
Mas o dinheiro mal dava para uns “retalho”,
E ouvia no noticiário que as coisas ia melhorar,
Que um tal de “seu ministro” finalmente ia ajudar;
Mas ele já cansado dessa conversa,
Decidiu que, como Pablo, agora ia se virar,
Elaborou seu plano meio às avessa,
E sem plantação a revenda foi começar ...
Fez amigos e frequentou o high society
Baile funk e um bom rock pra se libertar,
Mas se aproveitando das socialight,
Sob má influência começou a roubar...
Santo Cristo virou um bandido temido,
E destemido dominou a Capital,
Tinha influência na polícia, na mídia,
Nos políticos e até em general;
Foi quando conheceu uma mina,
E da vida de pecado ele se arrependeu,
Maria Lúcia era uma inocente e linda menina,
E seu coração pra ela o Santo Cristo prometeu;
Ele agora pensando em se casar,
Um “rapaz trabalhador” voltou a ser,
"Minha Pequena eu pra sempre vou te amar
Filho meu é com você que eu quero ter"
( . . . )
Mas pra tirar-lhe a Paz um tal de Jeremias,
Traficante de renome na Capital, reapareceu por lá,
Procurando pelo “velho” João de Santo Cristo,
Com quem tinha uma antiga “dívida” a cobrar;
E Pablo deu a João uma 765 automática,
E Santo Cristo há muito já sabia atirar,
Mas decidiu que só usaria a arma ,
Depois que Jeremias tomasse a iniciativa;
( ... )
E Santo Cristo meio sem saber o que fazer,
Rodeado por repórter de televisão,
Marcou o duelo ao vivo pela TV,
“A Praça Tiradentes é o local mermão;
Na data e hora previamente marcadas,
Uma multidão estava pronta para assistir,
Um homem que chegou atirando pelas costas,
Alvejou o Santo Cristo, e se pôs a sorrir;
Sentindo o sangue jorrando em sua ferida...
João lembrou de quando era uma criança...
E de tudo que até então vivera na vida...
E para cumprir a via-crúcis entrou de vez na dança...
"Jeremias olha pra cá seu filho da puta...
Eu não atiro pelas costas e não fujo da luta...
E deu cinco tiros no bandido traidor...
Depois morreu nos braços de Maria Lúcia seu amor;
( ... )
E a história de Santo Cristo virou filme de TV,
E a burguesia pagou caro pra no cinema poder ver,
Uma história que já é rotina aqui na minha cidade,
E muitas outras iguais a ela ainda vão acontecer.

_Adaptação da canção da banda Legião Urbana!


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agradeço as eventuais colaborações!