MPPR (Ministério Público do Paraná) ressalta a segurança do processo eleitoral brasileiro
Institucional;
16/07/2021.
No ano em que o processo eleitoral brasileiro completa 25 anos de
informatização,
com a utilização das urnas eletrônicas, o Ministério Público do Paraná
destaca a atuação da instituição com o objetivo de garantir a regularidade e a
lisura desse importante e fundamental instrumento de exercício da democracia.
Conforme informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a tecnologia, que conferiu de fato idoneidade
às votações – visto
que o sistema antigo, de papel e não digitalizado, abria grande margem à ocorrência
de fraudes e manipulação – foi utilizada pela primeira vez nas eleições
municipais de outubro de 1996. À época, 32 milhões de brasileiros, em 57
cidades, votaram em seus candidatos utilizando as urnas eletrônicas.
Atualmente, a tecnologia atinge quase 150 milhões de eleitores, em todos os
municípios do país - (grifo nosso).
O
Ministério Público, ao lado do Poder Judiciário, está sempre presente nas
eleições, participando de perto de todo o processo, inclusive na fiscalização
do funcionamento do sistema de aferição das urnas. “O Ministério Público tem
buscado contribuir para a consolidação definitiva da democracia, em toda sua
extensão de reflexos sociais, fazendo convergir o significado e o significante
do termo, pela prevalência da vontade do povo, com a força do voto”, afirma o procurador-geral de
Justiça, Gilberto Giacoia. Ele sustenta que um sistema eleitoral idôneo, como o que foi concebido
no Brasil, especialmente com o advento do voto eletrônico, oferece à população
uma garantia de que seus direitos de cidadãos, notadamente o de votar e
ser votado, serão
devidamente assegurados, destacando que não há espaço para questionamentos que coloquem em risco
o processo democrático. “A democracia deve ser a base mais sólida sobre
a qual a sociedade prossegue edificando, progressivamente, seu patamar
civilizatório. Sem retrocessos ou ameaças, partam de onde partir, pois não mais
vivemos sob o clima antes experimentado pela circularidade de movimentos de
concentração política, despotismo ou autocracias”, defende Giacoia - (grifo nosso).
A
procuradora regional Eleitoral Eloísa Helena Machado, do Ministério Público
Federal, reforça que a participação dos agentes do MP durante todo o processo
eleitoral é mandamento constitucional. “Para se ter uma ideia, o acompanhamento
pelo Ministério Público é pari passu, ou seja, inicia-se já na pré-campanha,
com a finalidade de evitar que os pré-candidatos extrapolem os limites
definidos na legislação para esse período”, afirma. Ela aponta ainda que a
instituição tem papel ativo na fase do registro de candidaturas,
manifestando-se em todos os pedidos, inclusive com impugnações nos casos que
não cumprem os requisitos legais – só no Paraná, nas últimas eleições, foram
avaliados cerca de 35 mil requerimentos. Além disso, durante a campanha, o
Ministério Público tem o dever de fiscalizar se os candidatos estão realizando
propaganda eleitoral de forma regular. Ao final das eleições, os procuradores e
promotores eleitorais ainda analisam as prestações de contas de cada um dos
candidatos.
Fraudes – Para o promotor de Justiça Hugo Evo Magro Corrêa Urbano, que integra a
Coordenadoria das
Promotorias Eleitorais do MPPR, não há fundamento nos recentes questionamentos feitos por
alguns agentes públicos a respeito da segurança do processo eleitoral
brasileiro (chegando a ter sido instalada uma comissão especial no Congresso Nacional
que atualmente discute a adoção de voto impresso). “As urnas eletrônicas foram
concebidas justamente para acabar com fraudes em eleições no país. São
equipamentos não conectados à internet, ou seja, não é possível ‘transmitir’ ou
alterar votações. Além disso, as urnas são auditadas por diversos órgãos, inclusive o Ministério
Público, e podem ser fiscalizadas pelos próprios partidos políticos”, explica o
promotor - (grifo nosso).
Ele lembra ainda que, anteriormente, quando as eleições eram
realizadas por meio de cédulas de votação, era comum a ocorrência de vários
tipos de fraudes como, por exemplo, a inserção nas urnas de cédulas não
utilizadas ou em branco para favorecer um candidato, a destruição e o
furto de urnas etc. “Com a
urna eletrônica estes e inúmeros outros problemas acabaram. Na
realidade, a adoção de voto impresso paralelamente à votação por meio
eletrônico apenas trará insegurança para as votações no país, devido à
fragilidade na manipulação e armazenagem de material impresso. Fraudes praticadas
a partir disso poderão constituir meio de se questionar indevidamente a
idoneidade do sistema eletrônico. Não faz sentido essa discussão”, avalia - (grifo nosso).
Participação popular – Segundo o MPF, a cada pleito, os
Tribunais Regionais Eleitorais instituem, no âmbito de seus estados, uma
comissão para auditoria da votação eletrônica, que deve seguir os
comandos elaborados pelo TSE em suas Resoluções. Os trabalhos dessa comissão são absolutamente públicos e
transparentes, sendo que os partidos políticos, a Ordem dos Advogados do
Brasil, o Ministério Público, o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal,
a Controladoria-Geral da União, o Departamento de Polícia Federal, a Sociedade
Brasileira de Computação, o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia e os
departamentos de Tecnologia da Informação de universidades podem até mesmo
impugnar a designação de qualquer membro da Comissão de Auditoria da Votação
Eletrônica. A auditoria é
pública e qualquer cidadão pode acompanhar - (grifo nosso).
Estrutura e atribuições
– Todos os municípios do Paraná são atendidos por agentes do
Ministério Público com atribuições voltadas à fiscalização do processo
eleitoral. A coordenação do Ministério Público Eleitoral é exercida pelo
procurador-geral da República – que é também o procurador-geral Eleitoral (PGE)
–, e tem atuação perante o TSE. Todos os processos relativos a candidatos à
presidência da República são acompanhados pelo PGE. Nos estados, existe um
procurador regional Eleitoral, que tem atuação perante o TRE do seu estado e
atua em todos os processos das eleições gerais, isto é, nos pleitos para
escolha de governador, senadores e deputados federais e estaduais. Os
Ministérios Públicos estaduais têm atribuição mais destacada nas eleições
municipais, para a escolha de prefeitos e vereadores, em que há atuação direta
e próxima dos promotores eleitorais, que exercem suas funções perante as Zonas
Eleitorais – em cada uma há um promotor designado. No Paraná, são 186 Zonas
Eleitorais e, portanto, 186 promotores eleitorais titulares, integrantes MPPR.
Fonte: site oficial do
Ministério Público do Paraná, disponível em: https://mppr.mp.br/2021/07/23779,10/MPPR-ressalta-a-seguranca-do-processo-eleitoral-no-pais.html.
Acessado em 18/07/2021.
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