Em junho do ano passado, a mídia noticiou com grande
destaque o caso da estudante Jannah Nebbeling, 15 anos, do Rio de Janeiro.
Na época, ela disse ter sido coagida pela direção da escola por ter criado uma
comunidade no Facebook para debater assuntos escolares e divulgar as respostas
dos deveres de casa que valiam pontos. A página era acessada por cerca de 700
alunos. Para a estudante, uma ação normal. Para a escola, uma cola virtual.
O caso foi parar na polícia. A mãe da aluna processou a
escola pela forma como a instituição conduziu o problema: suspendeu a aluna por
cinco dias.
A revistapontocom conversou com
especialistas nas áreas de tecnologia e educação para contribuir com o debate.
Afinal, como é possível estabelecer uma interface criativa e construtiva entre
a escola e, hoje, as redes sociais? Que pontos positivos é possível tirar deste
caso?
Andrea Ramal, que é especialista em novas tecnologias,
diz que a internet não é um material didático pronto. É preciso que o uso
de qualquer recurso, inclusive das redes sociais, com finalidades
educacionais, seja fundamentado por um projeto pedagógico consistente.
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Para Andrea, o limite começa a existir quando as redes sociais, em vez de servirem para o desenvolvimento das pessoas e o crescimento dos estudantes, por meio do compartilhamento de conhecimentos, começam a serem usadas com finalidades que ferem a ética. Para a especialista, cabe aos educadores – na escola e na família – orientarem os estudantes neste sentido. “As redes sociais
potencializam as atividades que se realizam em grupo, pois por meio delas os
alunos podem se relacionar com outras pessoas. Pode haver produção coletiva de
conhecimento, numa espécie de rede cooperativa de aprendizagem. Acredito que as
redes sociais vão ajudar a fazer da sala de aula um ambiente mais interativo e
dialógico, pois o modelo unidirecional da comunicação, no qual o professor fala
e o aluno ouve, será substituído pelo modelo das redes em que todos os sujeitos
têm vez e voz”.
Então as escolas que usam as redes sociais
no ensino estão a um passo à frente das que não usam? Para Andrea, estas
escolas provavelmente estão educando os alunos para conviver com naturalidade e
consciência no mundo digital. “Escolas
que ainda não usam precisam ficar atentas: podem estar educando os alunos ainda
na lógica do papel e da caneta, da comunicação bidirecional, dos conhecimentos
lineares. Mas as que usam também devem abrir os olhos: o uso de redes sociais
na educação depende, sim, de um planejamento pedagógico consistente”,
pondera Andrea Ramal.
Pois bem, como responsável por este blog
e devido ao fato de que também sou estudante, relato aqui minha própria
experiência. Na minha sala de aula, quase metade da turma utiliza notebook, e
como minha posição em sala permite (sento-me mais ao fundo da mesma), vejo que
mais da metade dos aparelhos, geralmente se encontram conectados em algo que
não tem nada a ver com a matéria em questão, e olha que como se trata de um
curso superior, todos são adultos e maiores – logo, deveriam ser mais
responsáveis.
Aí eu pergunto:
_Se os próprios adultos não se comportam
da maneira considerada mais conveniente, como serão orientados os filhos destes?
Em contrapartida, hoje (27/08) de manhã,
na TV Paraná Educativa, mostrou-se o caso de uma escola paranaense, onde
professores e alunos interagem, de maneira sadia, através da rede social
Facebook. Os professores postam os artigos didáticos, os alunos podem acessar e
deixar os devidos comentários. Com a autorização dos responsáveis, são postados
também alguns trabalhos dos alunos.
E neste caso, todos os entrevistados,
professores e alunos, mostraram-se bastante animados com a situação. Dessa
maneira, concluir-se-á que, sendo feita de maneira ética, moral e didaticamente
coerente, pode-se perfeitamente usar as redes sociais a favor da educação.
_Talvez nosso sistema de ensino ainda
não esteja preparado, para usar computadores em sala de aula com acesso às
redes sociais, mas fora dela, os alunos acessariam, como atividade
extra-classe, e trariam as dúvidas para se tirar em sala de aula. (?) – A conclusão final é sua querido leitor...
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